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Estudo BrAIN (Brazilian Autoimmune Encephalitis Network)

O estudo BrAIN foi um projeto de pesquisa que envolveu 17 centros de todas as regiões do Brasil, juntamente com o laboratório Fleury, a Universidade Federal de São Paulo e o Hospital Israelita Albert Einstein no período de 2018 a 2022.

Neste projeto trouxemos para o Brasil a tecnologia para a detecção de anticorpos anti-neuronais utilizando a estrutura do laboratório Fleury. Até o momento todos os casos no Brasil eram testados em laboratórios internacionais parceiros, o pode atrasar o diagnóstico. Outro objetivo desse projeto foi descrever os anticorpos antineuronais mais comuns na população brasileira e avaliar se havia sazonalidade no diagnóstico da doença.

Foram testados 564 pacientes e apenas 145 foram confirmados como encefalite autoimune soropositiva. Aproximadamente 12% dos pacientes foram classificados como encefalite autoimune soronegativa. No Brasil, o diagnóstico foi feito com uma média de atraso de 5.97 ± 10.3 meses. Após 55 meses de inclusão, não observamos sazonalidade no diagnóstico da doença.

Na população Brasileira os anticorpos mais comuns são:

  • anti-NMDAR (n=79, 54%)
  • anti-MOG (n=14, 9%)
  • anti-LGI1(n=12, 8%)
  • anti-GAD (n=11, 7%)
  • anti-GlyR (n=7, 4%)
  • anti-Caspr2 (n=6, 4%)
  • anti-AMPAR (n=4, 2%)
  • anti-GABA-BR (n=4, 2%)
  • anti-GABA-AR (n=2, 1%)
  • anti-IgLON5 (n=1, 1%)
  • e outros (n=5, 3%).

Entre crianças encontramos 3 anticorpos: Anti-MOG, anti-NMDA e anti-glicina. Os preditores de encefalite auto-imune soropositiva na população pediátrica foram redução do nível de consciência e coreia. Entre adultos, os preditores de encefalite autoimune soropositiva foram transtornos do movimento, epilepsia, alteração da memória e instabilidade autonômica.

Este estudo demonstrou as barreiras para o diagnóstico dos pacientes com encefalite autoimune em países em desenvolvimento e também mostrou que apenas 26% dos pacientes com suspeita de encefalite autoimune de fato apresentam anticorpos.

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